José Eduardo Faggion planta batata doce branca em Itápolis (SP) e tinha como principal dificuldade divulgar os benefícios do seu produto. Por meio do Agentes Locais de Inovação voltado para o agronegócio (ALI Rural), do Sebrae, ele criou uma máquina inovadora para plantar e colher o tubérculo, além de implementar melhorias no sistema de irrigação, utilizando a água da chuva de forma eficiente. Com o suporte do programa na divulgação do produto, José Eduardo fechou um contrato de fornecimento para a empresa Bentô, que produz as batatas chips para a Azul Linhas Aéreas. O faturamento agora está 28% superior.
O caso do agricultor integra as 5,1 mil empresas acompanhadas pelo ALI Rural no mais recente ciclo do programa, nos últimos oito meses. Por meio da iniciativa, o Sebrae conseguiu alavancar o faturamento em 24,2% (em média) e aumentar o nível de inovação e modernização em 69%. Foram promovidas mais de 22,5 mil ações ligadas a boas práticas agropecuárias, capacitação, acesso a mercado e atuação de forma cooperada.
Não estava conseguindo tempo para participar do projeto e hoje estou muito feliz, porque muitas portas se abriram. É um programa com todo o suporte de que o produtor precisa. Recomendo muito.
José Eduardo Faggion, agricultor
“O pequeno produtor tem dificuldades financeiras, de organização, de marketing, na propriedade. O programa abriu a minha cabeça e hoje me planejo durante todo o ano. Participar do programa nos exige, mas também nos impulsiona a alcançar as metas de melhoria do negócio”, avalia o agricultor, que passou a ser referência na região após o apoio do Sebrae.
O produtor José Eduardo foi acompanhado pelo agente local de inovação Edson Martins Júnior. Ele comenta sobre o acesso a novos mercados e o incremento da produtividade. “É um orgulho vermos esses agricultores se desenvolverem e ajudá-los a dar voos maiores”, celebra. “Para os produtores, com o ALI Rural, basta querer que eles conseguem novas oportunidades”, assesgura.
Problemas e soluções
Ao participar do ALI Rural, os produtores fazem um diagnóstico em relação às principais dificuldades. Os problemas mais citados estão relacionados a controles gerenciais (15,4%), baixa produtividade (9,9%), boas práticas agropecuárias (5,97%) e acesso a mercado (4,38%). Após a aplicação da metodologia e da execução das ações sugeridas, as boas práticas agropecuárias foram o serviço mais utilizado (10,7%), seguido por melhorias de processo produtivo (9,98%), ferramentas de controles gerenciais (8,3%) e gestão financeira (6,9%).
“Esses dados demostram o quanto o pequeno negócio rural ainda necessita de apoio na assistência técnica, que é realizada em parceria com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), e o quanto precisamos avançar ainda na gestão do negócio”, comenta o analista de agronegócio do Sebrae Nacional Victor Rodrigues Ferreira.
A inovação ainda é um grande gargalo para a pequena produção e pode ser fortalecida com esse tipo de ação.
Victor Rodrigues Ferreira, analista de agronegócio do Sebrae Nacional
Como funciona?
Os Agentes Locais de Inovação aplicam o diagnóstico Radar de Inovação Rural na propriedade, identificam os potenciais e os gargalos de inovação, trabalham os desafios do produtor rural e planejam ações que possam ser aplicadas durante a jornada. Por doze meses, o ALI Rural acompanha o produtor rural e mensura os resultados por meio do aumento do faturamento, inovação e novos canais de comercialização. São realizados encontros presenciais, individuais e coletivos, além de apresentações, imersões e palestras voltadas à inovação, na prática, em cinco dimensões: melhoria de produtividade, controles gerenciais, sustentabilidade, novos produtos, marketing e vendas.
Para participar, é preciso procurar o escritório regional no estado ou a própria sede do Sebrae nas capitais, além da central de atendimento via 0800 ou canais digitais disponíveis.